A luta pelo PCS IV está
nos educando novamente.
A jurisprudência que está se formando no sentido de que
greve implica em corte de ponto só fará com que num futuro próximo nosso
movimento paredista seja mais radical por um simples motivo: Não há outro meio!
A esperança projetada na alternativa de um Governo de
Esquerda foi fortemente ofuscada por atos piores que os vistos em Governos de
Direita; o prognóstico é de exploração e precarização cada vez maior de nossas
condições de trabalho – 16 anos de orçamento congelado para os servidores
públicos, caso se consume o PLP 549/09.
Quando for necessária a greve novamente e todos souberem
que ela tem como resultado o corte de ponto, não haverá sentido em greve
parcial, afinal se você não vai receber nenhum aumento e nem terá possibilidade
de compensar o serviço, por que motivo fará rodízio ou demandas urgentes? As
garantias da classe trabalhadora vieram de início através de atos violentos e
conforme conquistamos melhor padrão civilizatório através da Greve. Se o Governo
inviabiliza o direito de Greve impõe a violência como alternativa pois não há
como fugir da inexorável realidade :a exploração crescente dos trabalhadores
exige a sua organização e resistência. Quem perde com isso é toda a sociedade, pois há
o risco do surgimento de ações não pacíficas na resolução dos conflitos. Nunca
direitos foram concedidos sem luta! Infelizmente o período aparentemente
democrático nos fez esquecer, mas o PCS IV está nos educando novamente!
Não importa qual seja a nossa medida! O Governo tentará sempre
combatê-la e suprimi-la. Veja a reação da AGU ao movimento de pressão
"ordeira" dos juízes. Não queremos dizer com isso que não se deva
utilizar outras ferramentas que não a greve, mas é importante não nos iludirmos
achando que algum dia teremos um processo razoável de balanceamento entre os
interesses do Governo e nossas demandas.
Vargas possuía o mesmo discurso e prática autoritária de
Dilma! O Brasil resistiu a ele e o superou; com Dilma não será diferente! O
inimigo que precisávamos está aí! A ditadura do Executivo já está na rua, a
ponto de representantes do povo dizerem publicamente que quem determina se
haverá ou não recomposição de nossos salários é a Presidenta! O Legislativo já
está de joelhos! Se o Judiciário cair não precisaremos nem de golpe de Estado!
Não há necessidade, hoje, de fechar o Congresso! Collor foi derrubado
formalmente através de um processo de impeachment por conta das denúncias de
corrupção em seu Governo. Lula saiu ileso e Dilma apesar de efetuar cortes no orçamento
de outro Poder é vista como caçadora de marajás e Mãe dos pobres! Se alguém defendesse
um impeachment seu seria visto como louco.
BOLSA E COPA! PAO E CIRCO!
Nossa luta, hoje, extrapola os limites de uma melhoria de
nossas condições de trabalho! Somos a última trincheira no serviço público a bradar
que há limites para o que o Capital pretende para nossa Nação, e que vamos bem,
obrigado! com a existência de um estado DEMOCRÁTICO de direito, ainda que em
construção!
Fabrício Cruz é Oficial de Justiça Avaliador Federal,
Presidente da Assojaf-Ba e integrante do Coletivo Renova Sindjufe, oposição no
Judiciário Federal na Bahia
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