quinta-feira, 27 de outubro de 2011


A luta pelo PCS IV está nos educando novamente.

A jurisprudência que está se formando no sentido de que greve implica em corte de ponto só fará com que num futuro próximo nosso movimento paredista seja mais radical por um simples motivo: Não há outro meio!
A esperança projetada na alternativa de um Governo de Esquerda foi fortemente ofuscada por atos piores que os vistos em Governos de Direita; o prognóstico é de exploração e precarização cada vez maior de nossas condições de trabalho – 16 anos de orçamento congelado para os servidores públicos, caso se consume o PLP 549/09.
Quando for necessária a greve novamente e todos souberem que ela tem como resultado o corte de ponto, não haverá sentido em greve parcial, afinal se você não vai receber nenhum aumento e nem terá possibilidade de compensar o serviço, por que motivo fará rodízio ou demandas urgentes? As garantias da classe trabalhadora vieram de início através de atos violentos e conforme conquistamos melhor padrão civilizatório através da Greve. Se o Governo inviabiliza o direito de Greve impõe a violência como alternativa pois não há como fugir da inexorável realidade :a exploração crescente dos trabalhadores exige a sua organização e resistência.  Quem perde com isso é toda a sociedade, pois há o risco do surgimento de ações não pacíficas na resolução dos conflitos. Nunca direitos foram concedidos sem luta! Infelizmente o período aparentemente democrático nos fez esquecer, mas o PCS IV está nos educando novamente!
Não importa qual seja a nossa medida! O Governo tentará sempre combatê-la e suprimi-la. Veja a reação da AGU ao movimento de pressão "ordeira" dos juízes. Não queremos dizer com isso que não se deva utilizar outras ferramentas que não a greve, mas é importante não nos iludirmos achando que algum dia teremos um processo razoável de balanceamento entre os interesses do Governo e nossas demandas.
Vargas possuía o mesmo discurso e prática autoritária de Dilma! O Brasil resistiu a ele e o superou; com Dilma não será diferente! O inimigo que precisávamos está aí! A ditadura do Executivo já está na rua, a ponto de representantes do povo dizerem publicamente que quem determina se haverá ou não recomposição de nossos salários é a Presidenta! O Legislativo já está de joelhos! Se o Judiciário cair não precisaremos nem de golpe de Estado! Não há necessidade, hoje, de fechar o Congresso! Collor foi derrubado formalmente através de um processo de impeachment por conta das denúncias de corrupção em seu Governo. Lula saiu ileso e Dilma apesar de efetuar cortes no orçamento de outro Poder é vista como caçadora de marajás e Mãe dos pobres! Se alguém defendesse um impeachment seu seria visto como louco.
BOLSA E COPA! PAO E CIRCO!
Nossa luta, hoje, extrapola os limites de uma melhoria de nossas condições de trabalho! Somos a última trincheira no serviço público a bradar que há limites para o que o Capital pretende para nossa Nação, e que vamos bem, obrigado! com a existência de um estado DEMOCRÁTICO de direito, ainda que em construção!

Fabrício Cruz é Oficial de Justiça Avaliador Federal, Presidente da Assojaf-Ba e integrante do Coletivo Renova Sindjufe, oposição no Judiciário Federal na Bahia 

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