quinta-feira, 24 de novembro de 2011

JUDICIÁRIO E MPU

Emenda ‘arrancada’ na Comissão de Justiça tem gosto de vitória, mas Orçamento segue em disputa

Servidores de todo o país, que pautaram greve e PCS em Brasília, comemoram a proposta com recursos para projetos, mas ressalvam: ainda não há garantia de nada


Ainda não é, mas teve gosto de vitória a aprovação, pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara (CCJC), da emenda relativa aos planos de cargos a ser encaminhada para apreciação da Comissão Mista de Orçamento. A proposta prevê recursos para implantação de duas parcelas do PCS-4 dos servidores do Judiciário Federal e do MPU em 2012.


Sob olhar atento e por vezes barulhento de dezenas de servidores, os deputados da comissão decidiram por unanimidade incluir a emenda entre as quatro que regimentalmente podem propor ao Projeto Lei Orçamentária do ano que vem (PLOA). Ela foi encaminhada aos relatores setoriais, cujos pareceres devem ser votados até o dia 7 de dezembro para, então, serem remetidos ao relator-geral da LOA, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).


O Plenário 1 do Anexo II da Câmara ficou pequeno para abrigar os servidores que compareceram à sessão, iniciada por volta das 10h30 e encerrada duas horas e meia depois, antes, portanto, da manifestação nacional da categoria que reuniria cerca de mil servidores na Praça dos Três Poderes, em Brasília, ao final da tarde e início da noite da quarta-feira (23). Entre 150 e 200 trabalhadores, representando mais de duas dezenas de estados do país, lotaram a sala e parte do corredor que dá acesso ao plenário onde transcorria a sessão. Participaram trabalhadores de todas as regiões do país e do Distrito Federal.


A proposta destina R$ 2 bilhões para pagar duas parcelas das revisões dos planos de cargos e salários em 2012, referentes aos projetos que se encontram parados na Comissão de Finanças e Tributação, e para contemplar os projetos de magistrados e procuradores. Teria sido aprovada em comum acordo entre partidos e todos os integrantes das comissões de Justiça da Câmara e do Senado. “As emendas apresentadas pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara têm o apoio vigoroso e efetivo do Senado”, disse o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), presidente da CCJC ao apresentar as quatro propostas, todas relacionadas ao Judiciário e ao Ministério Público.


‘PLP 549 é imoral’


A aprovação foi muito comemorada, em meio a uma sessão na qual os deputados que se pronunciaram faziam questão de saudar os servidores e destacar a justeza da causa. Mas não faltaram alertas para a limitação do ato da CCJC: “A nossa emenda é uma intenção, não é uma obrigação, infelizmente não temos no Brasil um orçamento impositivo”, disse o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), que fez duras críticas contra outro projeto, o PLP 549/2009, que ameaça congelar salários e do qual é relator. “É inconstitucional, é injurídico e imoral”, disse sobre a proposta defendida pelo governo da presidenta Dilma Rousseff, que tenta impor, na prática, a política de ‘reajuste zero’ até 2019 ao funcionalismo e que, se aprovado, inviabiliza o PCS-4.


O retorno dos manifestantes em greve em 20 estados foi animado. A sensação era de dever cumprido: a mobilização da categoria pautara com força o PCS-4 naquele dia em Brasília. Para o servidor Cleber Borges, diretor do sindicato de São Paulo (Sintrajud), o resultado desse dia de luta na capital federal terá reflexos na greve e vai fortalecê-la pais afora. “A gente cumpriu a agenda, estamos todos contentes”, disse, por telefone, à noite, de dentro do agitado ônibus que levava a delegação paulista de volta para casa.


Por Hélcio Duarte Filho

Luta Fenajufe Notícias

Quinta-feira, 24 de novembro de 2011

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